Por Chris Delboni
Para surpresa de todos que acreditam que “felicidade” não passa de um sentimento abstrato, há alguns anos “felicidade” se tornou uma disciplina nas grandes universidades americanas, e tem até mestrado dos “estudos da felicidade”.
Um dos mestres e pioneiros é Tal Ben-Shahar. E um de seus principais ensinamentos foca numa importante lição de vida: “se permita ser humano”, ou no original em inglês, “give yourself permission to be human”.
Se não nos permitimos sofrer, sentir, falhar, não respeitamos a nossa condição de humano, sempre em processo de evolução, crescimento e aprendizado.
Tenho visto atualmente pessoas que se excedem nos sentimentos, ou seja, não pensam, mas agem por impulso, por raiva ou tristeza. E, com certeza, precisam trabalhar no controle dessas emoções para lidar de forma mais equilibrada às frustrações que a vida apresenta para poderem crescer pessoal e profissionalmente.
Mas o que mais tem me chamado a atenção recentemente, e me preocupa, é o oposto. Pessoas cujo controle emocional aparente é tanto que não se permitem um momento de tristeza, ou até de raiva. Guardam tão bem esses sentimentos, fechados com cadeado, ao ponto de perderem a chave. Se tornam robôs, gentis, agradáveis, sorridentes, compreensíveis, quase não humanos.
Permanecem na superficialidade das emoções, na esperança de se protegerem. Mas como diz Ben-Shahar, quando aceitamos nossas emoções, somos mais capazes de superá-las.
Assim, o primeiro passo para felicidade é reconhecer o que traz a infelicidade. Aceitar. Compreender. Mudar. Superar.
Quando tentamos, com todas as nossas forças, ignorar o que nos faz mal, nossas tristezas, frustrações, raiva, não conseguimos nos libertar de forma concreta e genuína desses sentimentos. Não acredito que devemos agir de acordo com eles, mas, sim, intimamente reconhecê-los para conseguirmos eliminá-los.
A Covid-19 trouxe ainda mais à tona, em muita gente, mágoas não articuladas, mas enrustidas e dissimuladas. Para sobreviverem, muitos optaram em ignorá-las, na desculpa, ou ilusão, de que são pessoas fortes e superiores, e assim, seguem adiante, mesmo diante da perda de entes amados, da saúde, de dinheiro, do trabalho, do estudo, da esperança de planos que não mais existem.
Louvável, se autêntico. Mas se for uma proteção, é perigoso.
O sofrimento existe, e é real. Faz parte de nossa existência como humanos na Terra. A questão é como reconhecê-lo, e não ignorá-lo. E aí, sim, superá-lo.
O que você está sentindo agora?
Honre esse sentimento! É a única maneira de se libertar dele, se for negativo, e de valorizá-lo, se positivo.
Se permita sentir! Só assim, reconhecerá o sentimento pleno e verdadeiro da felicidade.
Feliz Natal! Feliz Chanucá!
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