O primeiro passo é aprender a escutar, e concordar em discordar, criando assim, na intimidade, um ambiente de harmonia, amor e respeito
Seja Feliz! Orbi News
Por Chris Delboni
06/12/2022
Outro dia uma amiga estava me contando que não consegue acabar uma conversa com o marido quando ele discorda do assunto. Ele fica nervoso, se levanta e sai do ambiente. Pode ser assistindo um filme juntos, quando ela faz um comentário que não está de acordo com o que ele pensa, ele se levanta e deixa ela acabando de assistir o filme sozinha.
Pode ser à mesa, jantando, ou simplesmente conversando na sala. Sempre que o assunto desagrada, ao invés de continuarem a conversa mansamente até chegarem a um consenso, ele a deixa falando sozinha.
Consenso, muitas vezes, nada mais é do que concordar em discordar. O problema é que, muitas vezes, temos a tendencia de manter discussões que não levam a lugar algum, pelo simples fato de discutir, e principalmente “vencer” a discussão.
Mas como diz a letra de “Discussão”, brilhantemente interpretado por Elis Regina e Pery Ribeiro:
Se você pretende sustentar opinião
Eu filo discutir por discutir só pra ganhar a discussão
Eu lhe asseguro, pode crer
Que quando fala o coração
Às vezes é melhor perder do que ganhar, e você vai ver
É, já percebi a confusão
Ele quer ver prevalecer
A opinião sobre a razão
Não pode ser, não pode ser
Pra quê trocar o sim por não?
Se o resultado é solidão
Em vez de amor, uma saudade vai dizer quem tem razão.
Respeitar a opinião alheia, mesmo que diferente da nossa, é sinal de amadurecimento, humildade e sabedoria.
O segredo está em saber escutar. E quando aprendemos a escutar, mesmo quando discordamos, o respeito se torna a base da relação, onde o amor vence toda e qualquer discussão.
Baseado no comentário dessa amiga, tive uma ideia para um experimento.
No início de uma discussão, onde discordava, primeiro apoiava o meu “adversário”, dizendo algo como, “você tem toda razão de pensar assim, mas…”, e dava calmamente minha visão, minha opinião. Me surpreendi com o resultado positivo da experiência, que inicialmente não passava de um experimento, ou seja, eu forçava as palavras para criar uma reação positiva.
Mas no final se tornou uma forma natural e genuína de me posicionar diante de uma opinião contraria a minha. Esta tendência positiva de comunicação mútua – onde um fala, outro escuta – nada mais é do que valorizar a ideia e visão do próximo. A partir do momento que, antes de expor a minha opinião, eu reconheço a do outro, abre-se nele uma chavinha interna de receptividade à própria divergência, sem a desnecessária discórdia agressiva.
O primeiro passo é aprender a escutar, e concordar em discordar, criando assim, na intimidade, um ambiente de harmonia, amor e respeito.
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