Amar de forma pura, sem interesse e sem cobrança, não é fácil. Mas tenho notado cada vez mais a dificuldade que muitos têm em rece- ber amor, seja através de uma palavra de carinho ou um simples ges- to de solidariedade e amizade. Parece que ao aceitarmos uma atitude de amor, estamos admitindo a nossa carência, ou para muitos, fraque- za. E se pedirmos carinho, um abraço, muito pior, pois estaremos admi- tindo não sermos autossuficientes e independentes, que é a luta atual pela sobrevivência.
Mas a nossa verdadeira existência vai muito além da guerra pela so- brevivência. A vida só existe no amor. Por que então temos tanta dificul- dade em compartilhar esse sentimento puro, de forma simples e genuí- na, sem medo?
Quantas vezes vemos uma pessoa em dificuldade, que foi ajudada por outra com condições de fazê-lo, seja material ou emocionalmente, se revoltar por ter precisado de ajuda? Ao invés de gratidão, brota um sentimento interno de vergonha por ter exposto o que considera uma fraqueza, seja em que âmbito for.
Conforme crescemos, vamos perdendo cada vez mais a capacidade tão divina de aceitar o amor. O bebê não tem essa opção pois precisa de ajuda e de amor para se alimentar, andar, se limpar e se trocar.
O que acontece ao longo dos anos que nos faz perder o dom de acei- tar esse amor da vida e dos que nos rodeiam?
Os cachorros abanam o rabo quando estão felizes, e não têm vergo- nha de pularem e demonstrarem pura felicidade e amor quando chega- mos em casa. Você faz o mesmo quando entra pela porta o marido, es- posa, namorado, namorada?
Experimente na próxima vez “abanar o rabo” através de palavras gentis que transbordam esse sentimento.
Lembro bem do carinho que minha mãe dedicava à sua mãe quando minha avó sofreu um AVC aos 93 anos. Durante os três anos que passou na cama, minha mãe se aproximava, a beijava, contratava manicure, ca- beleireira, e dizia sempre que a amava, e sorria para ela. Gestos que pa- recem simples, mas são tão difíceis para tantos num momento de dor.
O amor salva é uma frase clichê, mas das mais verdadeiras. O senti- mento de amor ao próximo transforma vidas, e aos mais próximos, eno- brece os relacionamentos.
Tente passar um dia em plena consciência da importância do amor na sua vida, demonstre e aceite.
Mudar hábitos leva tempo. Mas quanto mais rápido reaprendermos a amar e aceitarmos o amor em nossas vidas, mais rápido percebemos a grande perda de tempo e energia que é não amar.
Vamos amar mais e irradiar mais o amor este ano? Comece pela sua família e amigos mais próximos.
Chris Delboni é jornalista, educadora e coach de vida e comunicação. Escreve neste espaço quinzenalmente , às terças, sobre a plenitude de uma vida realizada e feliz e os segredos do sucesso que você pode criar.

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