Seja Feliz! Por Chris Delboni Orbi News
Você é do tipo que confia desconfiando?
Não está sozinho. De fato, a maioria das pessoas tem a tendência de não confiar por inteiro.
Isso acontece em relação a funcionários. Escuto muito: “Meus funcionários estão há anos comigo, mas sumiu uma joia. Agora já não sei mais”. Já pensou que pode ser um conhecido novo que veio numa festa e roubou?
Em relação a amigos. “Meu melhor amigo, pessoa que mais confio na vida”. Aí vem um segredo revelado. “Só pode ter sido ele que espalhou. Era o único que sabia”. Será? Lá se vai a confiança de uma vida. Já pensou que pode ter sido outra pessoa?
Em relação a relacionamentos íntimos. “Confio no meu marido de olhos fechados”. Aí ele chega tarde um dia, e você começa a cheirar sua roupa, olhar nos bolsos e no celular, “caso possa ter havido uma traição”.
A confiança não pode ser baseada na fragilidade da desconfiança. Ela vem da verdadeira entrega.
Sempre confiei muito no ser humano. Aprendi desde cedo a não ter gavetas ou armários trancados em casa, muito menos portas. Sempre houve o respeito, e a confiança. Não se entra sem bater. Nunca ninguém mexeu em nada meu, em nenhuma fase de minha vida.
Mas conheço gente que alugava um quarto que até cadeado na geladeira mantinha para evitar que pegassem algo dela. Pergunto: Porque alugar espaço no seu lar, o lugar mais sagrado, para uma pessoa de quem desconfia? O segredo está na seleção, na escolha.
E não falo aqui só da traição pronunciada, mas mais importante, da confiança plena, que nem sempre existe.
Confiar nas pessoas que escolhemos para fazerem parte integral de nosso convívio quer dizer acreditar nelas por inteiro, inclusive quando contrariam o que acreditamos uma vida inteira ser o certo.
Compreendi isso recentemente.
Desde os 21 anos morando sozinha nos EUA, sempre fui muito independente, tomando todas as decisões sem perguntar para ninguém se estava certo ou errado. Sempre errei e acertei dentro dos meus valores da época. Quando me casei continuei fazendo o mesmo, mas cobrava
a confiança nas minhas decisões, e claro, questionava tudo que não vinha de acordo. Demorei 10 anos para entender que cumplicidade e confiança têm que ser recíproco, e na mesma intensidade. Quando aprendi a confiar nas decisões e posições do meu marido, mesmo quando diferentes das minhas, passei a ver que eu nem sempre estava certa. A confiança cresceu a partir daí, assim como o amor.
A união se quebra sempre que se perde a confiança. Mas é importante se perguntar se já confiou de verdade em alguém, ou sempre confia desconfiando. Existe uma diferença fundamental entre a traição e o medo da confiança plena, da verdadeira entrega.
Tem um exercício antigo que faziam nas colônias de férias na minha adolescência que exemplifica bem a confiança integral no outro. Você vira de costas, fecha os olhos e solta o corpo para o outro segurá-lo e não deixar que caia. Muito mais difícil do que parece.
Você confia de verdade na pessoa que escolheu para dividir sua vida? A confiança verdadeira engrandece todo relacionamento. Experimente se jogar com a certeza de que vão segurá-lo.
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Chris Delboni 
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