
O Trump Hollywood tem uma adega especial. Os donos dos apartamentos podem optar por espaço de 12 (por US$12,000) a 60 garrafas (por US$60 mil). Foto de Carla Guarilha.
O mercado imobiliário de Miami está aquecido graças aos estrangeiros, afinal, foram eles que adquiriram 60% dos imóveis da cidade. Os brasileiros, claro, tem um papel relevante neste cenário: estão em segundo lugar no ranking dos maiores compradores, atrás apenas dos venezuelanos.
As imobiliárias – que estão batendo recorde de vendas, como a tradicional Elite International Realty, do paulista Léo Ickowicz, estão aproveitando o momento. Os números são superlativos. No ano passado, a empresa vendeu US$160 milhões de dólares em imóveis na Florida.
“2011 foi o melhor ano de longe”, diz Ickowicz, que fechou 365 imóveis no total, um por dia, batendo recorde de vendas desde que abriu nos Estados Unidos, em 1993.
E ele está apostando que a festa ainda vai durar, pelo menos, mais três ou quatro anos, quando alguns grandes empreendimentos devem ficar prontos.
Alguns projetos são espetaculares e mudaram um pouco a cara do mercado local. Um deles é o Regalia, projeto incorporado por um grupo de investidores brasileiros, que no momento só aceita reservas. É um dos mais novos lançamentos, com 43 andares. São 40 apartamentos, um por andar, o que é raríssimo nos Estados Unidos, começando por US$6 milhões.

Este é o mais novo e luxuoso lançamento de Sunny Isles. Um apartamento por andar, começando por 500m2 por US$6M. Fica pronto em 2015. Foto: cortesia do Regalia Beach Developers LLC
Outro projeto pioneiro é o Porsche Design Tower, que além de todas amenidades esperadas em um apartamento de extremo luxo, vai ter elevador próprio para levar os automóveis até o andar.

Porsche Design Tower vai ter até elevador para os automóveis dormirem mais perto do dono. Foto: Cortesia Porsche Design
Mas, enquanto essas construções não ficam prontas, os novos condomínios já lançados não ficam tão atrás. E os brasileiros estão comprando.
Dos 2000 clientes da Elite no ano passado, cerca de 100 compraram imóveis acima de US$1 milhão, deles 30% desembolsaram mais de US$2 milhões.
Mas, há quem faça ainda mais extravagâncias. A maior venda da Elite foi de US$6 milhões no St. Regis, o mais novo e cobiçado condomínio em frente ao Bal Harbour, shopping das grandes grifes. O negócio foi fechado por um banqueiro paulista, que pede sigilo. Mas ele não chegou a comprar um apartamente e, sim, um espaço onde vai poder personalizar a planta do futuro apartamento. O custo da obra deve ficar em mais US$1,5 milhão.

A cobertura do St. Regis, de US$20 milhões, também foi vendida para um empresário brasileiro. Foto: Cortesia St. Regis.
W South Beach, Trump Towers em Sunny Isles e Trump Hollywood são outros condomínios favoritos dos brasileiros hoje em dia, cada um com seu charme.

W South Beach Residences é um dos favoritos dos brasileiros – Os preços variam de US$620 mil por um studio com 53m2 a mais de US$7 milhões. Foto: cortesia do W South Beach
Apesar de não ser mais um prédio novo, o Trump Towers, em Sunny Isles, ainda é muito cobiçado por brasileiros. A Elite já vendeu mais de 20 apartamentos, valor total de US$18 milhões, nos últimos dois anos.

Os estrangeiros investiram US$82 bilhões em imóveis em 2011 no país inteiro e representam 31% das vendas do estado da Florida. O Trump Towers ainda é um dos favoritos
Daniel Ickowicz, filho de Léo, é diretor de vendas da imobiliária e, como o pai, um homem de visão.
Chegou em Miami com a família em 1990. Tinha 13 anos. Se encantou. Com 17, acabando o colegial, os pais e a irmã resolveram retornar ao Brasil. Mas ele fechou o tempo e disse que daqui não sairia. Passou a administrar a Mandala, agência de turismo que Léo havia aberto em Miami. Atualmente a Mandala, nas mãos da irmã Renata, existe somente em São Paulo, e a Elite se tornou o xodó de Daniel e seu pai, que voltou de vez para Florida em 2001.
A Elite tem hoje com 88 corretores, 30 deles brasileiros – que representam 70% das vendas da imobiliária, que está expandindo no momento no ramo comercial.
De acordo com a Associação de Corretores de Imóveis, quase 50% dos brasileiros compraram imóvel no ano passado na Florida por lazer, para vir de férias. E Daniel aposta que de 20 a 25% dos clientes atuais, muitos com este perfil, possam se interessar e querer passar mais tempo aqui se tiverem um negócio.
“A gente percebeu que o brasileiro tem ficado muito tempo aqui”, diz Daniel. “E, agora, quer montar um negócio ”.
A Elite está abrindo em dois meses uma nova divisão – Elite International Commercial Division, que vai auxiliar o brasileiro a entrar no comércio americano.
Um franquia de fast-food, por exemplo, como o Subway ou Burger King, é um investimento entre US$500 mil e US$1 milhão, que além de renda, oferece a facilidade para adquirir um visto de trabalho no País.
“Uma renda aqui é o ponta pé que falta pra eles”, diz Daniel. “Essa é nossa meta”.
Mas, Daniel afirma que a oportunidade não é só para milionários, tanto que os dados oficiais indicam que 30% dos brasileiros compram imóveis de valor inferior a US$100 mil.
Comprovando renda, com 40% de entrada, esse novo perfil de investidores da classe média, que é o profissional liberal no Brasil, pode financiar um apartamento de US$200 mil, com uma prestação de US$650 por mês.
E para facilitar o acesso a informação para todos esses clientes no Brasil, a Elite se juntou ao escritório Braga Nascimento e Zilio Antunes Advogados Associados em São Paulo, que a partir de abril fará seminários mensais para esclarecer as duvidas do brasileiro que pensa em investir em Miami.
Essa parceria jurídica vai dar o suporte legal para o cliente.
“O atendimento começa no Brasil”, diz Daniel.
Vídeo: Daniel conta em menos de um minuto os segredos do seu sucesso.
* Texto originalmente publicado pelo portal de notícias iG.com.br na coluna Direto de Miami
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